A animação é uma das maiores tendências na cultura contemporânea, e está presente não só em filmes sucesso de bilheteria, mas também em jogos, comerciais, programação de canais abertos e da TV paga.
Leia também:
» 101 filmes para inspirar Designers, Criativos, Jornalistas e curiosos
» Guia de Profissões: Rádio e TV
» Infográfico: os princípios do sucesso do vídeo marketing
Graças aos grandes avanços tecnológicos que permitem que a animação não tenha que ser feita por desenhos quadro a quadro, como era antigamente, se tornou consideravelmente mais fácil (e barato) produzir animações.
No Brasil, a animação brasileira vêm crescendo e ganhando espaço no cenário internacional. Há pouco tempo, éramos conhecidos apenas pelas séries e filmes da Turma da Mônica, da Mauricio de Sousa Produções. Hoje em dia segundo César Cabral, diretor do maior festival de animação da América Latina, o Anima Mundi, temos cerca de 20 séries brasileiras no ar e mais 30 sendo produzidas, além de 20 longas metragens em diferentes estágios de produção.
Programas como O Show de Luna, Irmão do Jorel, Historietas Assombradas (para crianças malcriadas), Oswaldo, Peixonauta, Galinha Pintadinha entre outras, são apenas alguns exemplos de animações que obtiveram sucesso e reconhecimento nos últimos anos.
Com isso, tivemos um crescimento no número de produtoras e estúdios de animação em todo território nacional, além do aumento da demanda de profissionais capacitados para produzirem obras audiovisuais que utilizam dessa linguagem.
Como a animação é usada na comunicação
O grande diferencial da animação em relação ao audiovisual captado “ao vivo” é sua capacidade ilimitada de criar novos mundos e mostrar situações impossíveis. Não existe época, tempo, lugar ou fantasia que ela não possa retratar. Objetos inanimados ganham vida, animais falam, mundos impossíveis são criados.
Além disso, a animação permite o uso do recurso da metáfora para comunicar de modo eficiente e conectar o público a assuntos que são pesados ou complexos de serem tratados.
Metáforas visuais
Quer, por exemplo, falar sobre o sequestro infantil e a busca incansável de pais por filhos desaparecidos? O diretor Andrew Stanton decidiu usar a metáfora de um pequeno peixe que é capturado por mergulhadores e a jornada de seu pai, que passa por todo o tipo de problemas para reencontrá-lo. Conhece essa história? Isso é Procurando Nemo (2003, Pixar), que conseguiu explorar esse assunto com pessoas de todas as idades ao redor do mundo, sem todo o peso que a temática poderia trazer.
Em 2015 o Global Commission on Drug Policy, uma instituição que discute globalmente as estratégias para a questão da regulação das drogas, lançou o filme animado em stopmotion Guerra ao Drugo, premiado em Cannes e no Anima Mundi, dentre outros festivais. No filme, é usada uma poderosa metáfora, comparando uma caça ao dragão na época medieval em que se passa o enredo à caça às drogas. É uma forma menos abrupta de discutir um tema importante e problemático, colocando em discussão a questão de modo claro e sensível, engajando o público e alcançando diversas faixas etárias e classes sociais.
Veja o filme Guerra ao Drugo: https://youtu.be/kfaGh42xZwE
Animação e o público infantil
As animações são muito ligadas ao universo infantil, pela facilidade de compreensão que os desenhos simplificados possibilitam, mas também pelo uso do humor e pela própria fantasia, aspecto tão presente na infância.
Ela incentiva a imaginação e consegue prender a atenção dos pequenos (coisa que geralmente é muito difícil). É, normalmente, um dos primeiros contatos das crianças com a cultura de massas e com o universo da cores, sons e palavras fora do “mundo real”.
É nesse contexto que o licenciamento de personagens para marcas, produtos e serviços, apesar de movimentar cerca de R$ 51,4 bilhões ao ano na economia brasileira, deve e está sendo discutido pela sociedade. O profissional de comunicação deve estar atento e sensível à essa questão para não cometer equívocos e causar polêmicas entre as marcas e seu público.
Um exemplo de polêmica foi o filme Sausage Party, que por ser uma animação, foi passado durante a tarde em um canal de TV pago. Porém, com temas adultos e temáticas sexuais, pais reclamaram que não poderia ter sido transmitido nesse horário.
Apesar de muito conectado ao universo infantil, as animações ganham espaço no consumo dos adultos, podendo citar como exemplo as séries Ricky and Morty, South Park, American Dad, Family Guy e The Simpsons.
Não pode ser ignorada
É claro então que não podemos ignorar a potência que a animação adquiriu atualmente. É preciso estudá-la e reconhecer as suas capacidades e recursos para uma melhor comunicação, ainda mais neste otimista cenário brasileiro em relação a essa área.
Onde aprender a desenvolver tudo isso?
Há muitas fontes de conteúdo relevante sobre o tema espalhadas pela internet. Mas se você preferir seguir um caminho mais intenso de formação, que une conhecimento formal e experiência presencial junto à professores com vasta experiência de mercado, o Senac São Paulo é uma boa pedida.
Saiba mais em www.sp.senac.br/posgraduacao
Comments 3