Flávia Durante mergulhou na cena independente, ajudou muita banda iniciante, atuou como jornalista para gravadoras, como social media divulgou filmes e também editou revistas de grande circulação. Agora assessora um dos maiores grupos de entretenimento de São Paulo. No empreendedorismo e na discotecagem, enxergou a possibilidade de se divertir enquanto trabalha e aumentar as fontes de renda — jornalista sempre precisa.
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Sua iniciativa em realizar um bazar esporádico de moda plus size contribui no empoderamento feminino. O projeto que nasceu de uma necessidade própria gera um reconhecimento genuíno de outras mulheres. Inclusive, para falar do assunto, Flávia é uma das convidadas do evento Mulheres Digitais, que acontece em 10 de outubro em São Paulo. Assim como na luta por igualdade, a música não é uma coadjuvante na vida da jornalista. Em sua rotina sempre tem um soul, cúmbia ou experimental. No mundo ideal, trabalho e diversão andam juntos e todas as diversidades são respeitadas. Confira o bate-papo:
1. Por que você escolheu o jornalismo?
Desde pequena gostava de fazer jornaizinhos na escola e no prédio em que eu morava. E sempre gostei de escrever. Era natural que o caminho fosse esse. Minhas outras opções eram Cinema e História mas acabei prestando só para Jornalismo mesmo e passei direto, na UniSantos, Universidade Católica de Santos, onde estudei de 1994 a 1997.
2. Você também sempre quis empreender e discotecar?
Na minha vida é tudo praticamente interligado. Comecei a discotecar porque sempre gostei de música, produzia shows desde a época da faculdade de Jornalismo. E criei o Bazar Pop Plus Size pois sentia falta de encontrar roupas mais bonitas e modernas no meu tamanho para usar na noite.
3. Como é sua rotina de trabalho?
Desde abril, sou assessora de imprensa do Grupo Vegas, grupo de entretenimento de São Paulo que conta com seis casas atualmente: Cine Joia, PanAm Club, Yacht Club, Lions Nightclub, Riviera Bar e o recém-inaugurado Mirante 9 de Julho. Trabalho de segunda à sexta no escritório do grupo e costumo discotecar nos finais de semana. Eventualmente trabalho pelo grupo nos finais de semana recebendo os jornalistas nos eventos. Trabalho e diversão se confundem muito na minha vida.
4. Qual é o ambiente de trabalho ideal para você?
Um ambiente sem competições, no qual os colegas torçam pela evolução uns dos outros. E na qual possamos ser amigos mesmo fora do trabalho. Felizmente, sempre dei muita sorte com isso. Sou muito amiga até hoje de pessoas de trabalhos anteriores, principalmente do portal Virgula e da editora Trip, que é onde fiquei quatro anos trabalhando.
5. Que banda você escuta trabalhando?
Gosto muito de música colombiana. Atualmente ando ouvindo muito Bomba Estéreo, Systema Solar, Sidestepper e Monsieur Periné. Do Brasil, estou ouvindo muito Tulipa Ruiz, Figueroas, Silva e Adriano Cintra.
6. Para trabalhar com assessoria é preciso ter muita…
Noção de timing. Não ficar ligando para os editores em dia de fechamento, não encher a caixa de e-mails dos repórteres com pautas que não têm a ver com a editoria deles. Por outro lado, o jornalista tem que entender que o assessor está fazendo o seu trabalho e não deve jamais tratar nenhum, e nem ninguém, com arrogância. Como trabalhei em redação e assessoria, sei lidar bem com os dois lados. É importante que os profissionais tenham essa vivência. Eu me considero uma comunicadora mais do que jornalista ou assessora.
7. Uma dica que você gostaria de ter recebido no início da carreira.
Estudar mais idiomas antes de engrenar no ritmo insano de trabalho de São Paulo.
8. Algum livro que você leu recentemente e indicaria para qualquer pessoa.
Um dos livros que mais gostei ultimamente foi o Só garotos, brilhante autobiografia de Patti Smith sobre sua juventude em Nova York, seu início de carreira e sua relação de amor/devoção/irmandade com o fotógrafo Robert Mapplethorpe.
9. Uma música que não pode faltar na sua playlist.
Qualquer uma da Amy Winehouse.
10. Algo que te inspira e por quê.
Apesar de eu ser uma caiçara bairrista, pois vivi 20 anos em Santos, São Paulo me inspira muito com sua intensidade. Amo a noite de São Paulo, passear pelo Centro, frequentar as festas de imigrantes, os milhares de shows e festas, os bazares e mercados alternativos, conhecer gente nova e interessante. De tédio aqui não se morre. Ainda não tenho idade para buscar qualidade de vida. Amo essa loucura mesmo.
11. Quem são as pessoas que te inspiram?
Os amigos. A Eva Uviedo com suas ilustrações, a Silvia Guimarães com o seu Design de Baunilha, o Diogo com o seu Me Explica, a Alice e o seu Pulo do Gato, a Viviana Peña e seus projetos para os imigrantes, o Tiago Liberato e sua arte, o Ricardo Sales e sua pesquisa sobre LGBT no mercado de trabalho. Sempre tem alguém fazendo coisas lindas e interessantes e eles me inspiram diariamente!
12. O que você gostaria de mudar no mundo?
Que a diversidade entre na pauta de todos os jornais, corporações, governo e em nosso dia a dia. O que faz o mundo mais bonito são as diferenças e elas devem ser respeitadas.
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