Quem atua com jornalismo provavelmente já se deparou com algumas práticas obsoletas e outras duvidosas. Tiago Ritter preferiu não aceitar a censura de uma editora em uma matéria sua. Esse hábito comum para alguns profissionais, para ele, não era aceitável. Largou o trabalho de repórter setorista de esportes — que até então era seu sonho — para empreender junto com outros três amigos (Alessandro Cauduro, Chico Baldini e Rodrigo Cauduro) e fundar a agência W3haus.
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A trajetória na área proporcionou ao empreendedor preocupação em prezar pela verdade na comunicação, na transparências das relações, “algo que está totalmente alinhado com o Zeitgeist da propaganda atual”, como ele diz. Confira a conversa completa:
1. Como sua carreira se desenvolveu?
Não foi muito planejada. Na verdade, a minha carreira planejada foi a que eu optei por não seguir. Sempre quis ser jornalista esportivo, trabalhar na TV fazendo cobertura de futebol. Logo que iniciei a faculdade, surgiu a internet. Me encantei por esse universo, aprendi a programar e criar “páginas”. Antes de formar, já tinha feito estágio em agência digital e num portal de conteúdo. Conheci uns amigos e abrimos a W3haus. Nesse período, consegui uma oportunidade de trabalhar em vídeo, cobrindo futebol. Mas optei por seguir o novo caminho que tinha construído na comunicação digital, empreendendo e descobrindo novos horizontes.
2. Como foi a transição para se tornar empreendedor?
Foi bastante empírica e no entusiasmo. Tinha certeza que a internet seria o futuro e vi uma baita oportunidade de criar algum negócio que se beneficiasse disso. A ignorância é realmente uma benção em alguns momentos. Se tivesse racionalizado demais sobre, por exemplo, os riscos que envolvem empreender no Brasil, certamente teria desistido. Mas era jovem e sempre encontrei nos meus sócios pessoas inspiradoras, com os mesmos valores e dispostos a arriscar. Aprender muito e reinventar-se a cada dia são dois grandes motivadores que carrego como legado da vida de empreendedor.
3. Como é sua rotina atualmente?
Difícil usar essa palavra. A agenda é quem dita o ritmo. Acordar cedo é algo que gostaria de fazer, mas não consigo. Só começo a funcionar lá pelas 11h da manhã a base de muito café. Quando não estou em reuniões fora da agência, costumo pegar um café na copa e fazer uma ronda pela agência. Dar “bom dia” para todos, conversar com alguns no caminho e sentar na minha mesa para planejar o dia. Trocar com as pessoas da equipe é a parte mais importante do meu dia sempre. Seja em reuniões ou em bate papos pelos corredores.
4. O que é mais importante para compor um ambiente de trabalho produtivo e que desperte a criatividade?
Um grande diferencial que conseguimos construir na W3haus foi o clima de colaboração. Acredito que o segredo para um ambiente equilibrado é quando as pessoas se importam tanto ou mais com o colega que está ao lado do que consigo mesmas. No ambiente físico, sempre prezamos por muita luz natural e natureza. Nossas sedes são cheias de janelas em que a luz entra o tempo inteiro. Em Porto Alegre, ficamos ao lado de um dos principais parques da cidade. Em SP, nossa sede fica em Perdizes em meio a muitas árvores.
5. Quais suas plataformas favoritas atualmente?
Ando bem hipnotizado pelos filtros de imagem que minha namorada usa. Para cada foto postada no Instagram, ela usa uns 10 apps diferentes. Ainda estou aprendendo com ela.
6. Como você alimenta sua mente?
Correndo e tocando bateria. Pausas na rotina são fundamentais para oxigenar nossa cabeça.
7. Alguém que te inspira.
Paul McCartney. Ele sempre fez o que ama. E sempre foi genial fazendo isso.
8. O que você está lendo?
Walden II, de Burrhus Frederic Skinner. É um livro bem antigo, escrito por um psicólogo, que fala de uma sociedade futura organizada em pequenas comunidades em vez de grande cidades. Tem vários insights bacanas sobre a relação das pessoas com o trabalho.
9. Uma dica para quem está começando.
Não se preocupe com o resultado. Se você acredita em algo e, principalmente, se dedica a fazer acontecer, o resultado vem.
10. Qual é seu próximo objetivo?
Casar e gerar herdeiros. Está na hora.
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